terça-feira, 29 de março de 2011

"Certa vez perguntaram-me se eu pertencia a alguém. Resposta pronta e falsa "ninguém é de ninguém"...repensei, desementi.
Minha alma pertence a alguém muito especial, pertence a uma alma igual a minha.
Questionou novamente "você teria algo a dizer a "dona da sua alma"?
Creio que sim. Diria que não me importo com o que disseram ao meu respeito, pode até ser verdade, mas o que está feito não se muda, e só me resta recuperar qualquer coisa perdida. Que procurei sim outros corpos...sem deixar que entrassem no meu mundo ou conhecessem tão bem minha alma. Procurei apenas por conta do vazio de uma ligação só de almas.
As omissões e mentiras foram covardemente e puramente pelo medo da perda. Diria também que toda a minha indiferença demonstrada nada mais é do que medo de exposição. E que cada demonstração de algum sentimento foi verdadeira.
No extremo da situação, perdi o medo...mesmo que tardia a atitude de me desculpar pelos meus erros injustificáveis, ainda assim, é uma atitude. Talvez esses corpos se desencontrem por conta de tais erros, mas mesmo assim, serão almas indênticas a espera de um reencontro de corpo e alma.
"Mas a amizade é a forma mais bonita de amor", me contestou o curioso.
Disse-lhe que sim, porém, quando só ela existe. No milésimo de segundo em que surge outro sentimento, envolvem-se outros medos, outras atitudes, outras sensações, outras mágoas...quase sempre involuntárias.
Ao fim da prosa, solicitou-me que eu resumisse em poucas palavras tudo que havia dito anteriormente. Pensei um pouco e disse: eu diria que a amo, e nada mais."

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