sábado, 16 de junho de 2012

conquistas vazias

É sempre assim, toda sexta a noite a gente sai, faz tudo que tem que fazer, fica com todo mundo que tem que ficar, e termina por aí. Vazio, não? A gente vive uma vida de uma noite, mas a glória não dura depois que amanhece. Você volta a estar sozinho, sóbrio, aparentemente sem grandes emoções.
Adoro a vida bohemia, confesso. As luzes noturnas, a música, o álcool fazem a vida parecer muito mais bonita, divertida. Sair sexta a noite: esquecer os problemas. Você entra num mundo onde todos se querem, se gostam. Onde o dinheiro se vai como água, o pulmão se bronzeia e o fígado corrói.
Uma boca especial, um corpo diferente. Todos iguais. Querendo a mesma coisa, carnal, satisfazendo um desejo momentâneo, como se ele fosse terminar no outro dia. Tá certo, o álcool o enfatiza, mas ele não termina pela manhã. Bocas e corpos vazios que se encontram, se esquentam, se separam e nunca mais se veem. Tenho pensado sobre o quão vazia é a vida na noite. É lindo, perfeito, até o sol nascer...quem me dera viver feliz como vivo sobre o efeito do álcool. Quem me dera que fosse noite pra sempre. Conquistas vazias já não seriam tão vazias, pois seriam constantes. A felicidade e os problemas de lado...que vida!
Mas eu sinto falta, as vezes canso. Canso de ninguém significar nada pra ninguém. De todo mundo ser de todo mundo, e ninguém ser de ninguém. O que causa a falta, a falta de uma sincronia, uma divisão de águas. Alguém que vai estar lá, com o mesmo cheiro e os mesmos olhinhos felizes, te esperando. Alguém que você não precise perguntar o nome antes de beijar, e nem pedir permissão. As vezes faz falta uma direção na vida, um rumo. Viver de sonho é bom, mas o sol nasce e ele acaba...conquistando o vazio, a gente segue procurando um "recheio". Alguém que tenha algo mais a oferecer além do corpo, contato. Alguém que te tire o ar, e o faça querer voar. Que te deixe inexplicavelmente feliz, sem álcool, só a música, só a respiração, só o tempo. do lado.

Um comentário: