É segunda feira, depois do domingo, o dia mais trágico da semana. Acordei atrasada, o despertador não tocou. Atrasada digamos muito atrasada, digamos em torno de umas 3 horas, atrasada. Aquele dia simples que você acorda e pensa "tô na merda". Levantei, me vesti o mais rápido que pude, precisava sair logo de casa pra não me sentir tão inútil por acordar as 9 da manhã de uma segunda-feira. Abrindo a porta encontro meu pai, o que eu temia tinha acontecido, lá vem bronca! Que nada, ele entendeu. Entendeu que tá dificil tudo isso, apenas me desejou um bom dia e um vai com Deus. E eu fui.
No meio do caminho, já de óculos escuros pra esconder as lágrimas da noite passada, lágrimas novas começam a cair, incontrolavelmente. Eu sabia e não sabia o porque. Sabia que tinha um motivo especial, juntamente com todos os outros motivos pelos quais eu guardei tantas lagrimas. Continuei andando, e debulhando a água salgada que saia dos meus olhos.
Pude notar então cada gota de verdade que caia sobre cada gota daquelas lágrimas. Lágrimas nunca tão verdadeiras antes, lágrimas que valem a pena chorar. E aquelas lágrimas significaram tanta coisa...
Elas equivalem a todo o meu agradecimento e a toda minha culpa. Agradecimento pela dadiva da vida que eu recebi pelas tuas mãos, culpa por não ter te recompensado a altura. Não sei porque eu choro se ainda estás aqui lutando, e se eu sei que aqui continuarás. Choro talvez porque eu acho que não mereças carregar um fardo tão pesado, depois de tantos outros já carregados. Por saber que depois de passar por tanto, ainda tens muito pela frente. Uma outra cria que ainda depende de ti, e precisa da tua presença aqui. Eu também preciso, mesmo de longe, quero teu bem. Quero que saibas que eu me colocaria no teu lugar só pra não te ver passar por isso tudo. Por isso eu peço que fiques, não por mim, nem por ninguém. Mas por ti mesma! E pra toda recompensa que está por vir depois desses longos tempos de tempestade.
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